A consulta para apontar o novo vice-reitor da UNIRIO acontece em um momento importante das Universidades federais com a forte greve de mais de dois meses dos servidores técnico-administrativos. Infelizmente, a postura do governo Dilma foi afirmar que não haverá reajuste salarial para os trabalhadores, se negar a manter as negociações com os servidores em greve e entrar na justiça para acabar com o movimento, afirmando que tinha o aval de diversos reitores. O DCE quer pautar essa discussão na UNIRIO, entendendo que o papel do movimento estudantil é estar ao lado da luta dos trabalhadores. Atualizamos nossa carta-programa e apresentamos para os candidatos a vice-reitor e à comunidade acadêmica nesse processo de consulta.
Queremos expansão com qualidade!
Defendemos a expansão das Universidades públicas através da criação de novos cursos e novas vagas, acompanhada da expansão de infra-estrutura da Universidade, contratação de novos professores e funcionários técnico-administrativos, ampliação da política de assistência estudantil, para que seja garantido o que é fundamental na universidade: o tripé ensino, pesquisa e extensão.
Infelizmente, a expansão das Universidades públicas feitas através do REUNI garantiu apenas a criação de novas vagas e não as condições necessárias para que essa expansão seja feita com qualidade. O REUNI não destinou nenhum novo recurso às Universidades públicas, pois sua verba está vinculada as verbas já existentes no Ministério da Educação (MEC). E ano após ano, a verba do MEC vem sendo cortada. Em 2011, a presidenta Dilma cortou 3,1 bilhões de reais da educação. Lutar pela universidade que queremos, significa lutar contra os cortes de verbas do governo federal e por 10% do PIB pra educação já em 2012.
Os novos cursos sofrem com a falta de salas de aula, professores, laboratórios, acervos bibliográficos de qualidade e de infra-estrutura mínima necessária para uma formação de qualidade.
Defendemos a expansão da Universidade pública, mas uma expansão com qualidade, que garanta a infra-estrutura necessária para o funcionamento dos cursos e assistência estudantil para permanência dos estudantes.
A nossa luta é todo dia: Queremos bolsa, bandejão e moradia!
Consideramos a assistência estudantil uma prioridade para garantir a permanência dos estudantes na Universidade e vemos que nossa UNIRIO ainda tem muito que avançar. Após muitas lutas do movimento estudantil, tivemos conquistas importantes nos últimos períodos (aumento das bolsas, auxílio-alimentação, auxílio-moradia), mas que ainda não são suficientes. Por isso defendemos um projeto de Universidade que paute a moradia universitária, o bandejão, creche, ampliação do transporte universitário e a equiparação das bolsas com o salário mínimo.
Democracia na Universidade!
Defendemos uma Universidade democrática e participativa, na qual os três segmentos que a compõem (estudantes, técnico-administrativos e professores) possam igualmente discutir e debater, e tenham o mesmo peso nas decisões tomadas. Por isso, defendemos que as discussões sobre o Estatuto da UNIRIO ocorram num Congresso Estatuinte Paritário e somos a favor da paridade nos Conselhos Superiores, para que cada um dos segmentos tenha 1/3 das cadeiras dos Conselhos e, assim, tenha o mesmo peso de voto. Hoje nos Conselhos, 70% das cadeiras são de professores. Além disso, entendemos que tanto na escolha do reitor, quanto do vice-reitor, a decisão da comunidade acadêmica deve ser soberana e não ser submetida à uma aprovação do MEC através de uma lista tríplice. Pelo fim da lista tríplice!
Defendemos a Universidade pública e 100% gratuita!
Defendemos o caráter público e a gratuidade de todos os cursos da Universidade. Nesse sentido, somos contra a existência de cursos pagos na nossa instituição. Nossa Universidade tem que ser 100% gratuita.
Sabemos que diversas irregularidades das Fundações da UNIRIO (Furj e Funrio) começaram a ser investigadas ano passado pelo TCU e Ministério Público. Defendemos a Universidade PÚBLICA, por isso somos contrários às Fundações de direito privado. Estas ajudam a implementar nas Universidades a lógica da privatização da educação e da saúde, como é o caso também do agora Projeto de lei 1749 (antiga MP 520) que privatiza os Hospitais Universitários e que ataca os servidores.
Propostas
- Apoio à greve dos servidores;
- Liberação imediata das festas na UNIRIO;
- Cumprimento do prazo de construção do bandejão;
- Construção conjunta com os estudantes de um projeto de moradia e creche universitária na UNIRIO;
- Ampliação do transporte intercampi;
- Resolução dos problemas do IB;
- Revitalização dos prédios novos adquiridos;
- Construção do segundo prédio do CCH;
- Construção de laboratórios de informática em todos os campi;
- Construção do elevador no CCJP;
- Reforma dos banheiros do CLA;
- Climatização de todas as salas de aula da UNIRIO;
- Por mais laboratórios para o IBIO;
- Abertura de todas as enfermarias, ampliação dos anfiteatros e mais verbas para o HUGG;
- Reforma da sala do DCE;
- Fim dos cursos pagos na UNIRIO;
- Não renovar os contratos com as fundações privadas, não repassar o dinheiro público para entidades privadas;
- Convocação do congresso estatuinte paritário.
Defendemos mais verba pública para a educação, uma expansão com qualidade, ampliação da assistência estudantil, uma universidade democrática, pública e 100% gratuita. Apresentamos esta carta à comunidade universitária e desafiamos os candidatos à vice-reitor a assinarem compromisso com este documento, sabendo que o cargo do vice-reitor está subordinado à um projeto de gestão já definido na eleição para reitor, que, infelizmente, não se comprometeu com muitas das propostas apresentadas pelos estudantes. O DCE, junto aos estudantes, está de olho na administração e assim ficará ao longo de toda a gestão, para garantir melhorias à nossa universidade!