O presidente americano Barack Obama fez uma visita ao Brasil acompanhado de sua família entre os dias 19, 20 e 21 de março de 2011. Entre outras atividades como a visita à Presidenta Dilma Rouseff em Brasília ou o passeio pelo Corcovado, Obama discursou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro que fica localizado na Praça da Cinelândia, um local importantíssimo na história brasileira, pois assim como ele mesmo lembrou em seu discurso: "há decadas ... o grito por mudança foi ouvido, estudantes, artistas e políticos de todas as correntes ergueram faixas que diziam: abaixo a ditadura".
O alvoroço causado pela visíta do estadista americano foi imediato e duradouro mesmo que o pronunciamento que antes tinha sido marcado para acontecer em um palco montado no meio da praça da Cinelândia tenha acontecido dentro do Theatro Municipal.
"Obamas-paraguaios" e outras figuras folclóricas pipocavam pela mídia em geral e pelo Rio de Janeiro, bem como esse era o principal assunto nos maiores portais de comunicação e informação.
No entanto, pouco se ouvia falar sobre as reais intenções da visita do presidente Obama.
MAS O QUE OS ESTUDANTES TÊM COM ISSO???
Participamos ativamente do CONEB 2011 discutindo intensamente a proposta da UNE de reserva de 50% do fundo social do pré-sal para a educação ter sido vetada pelo governo Lula (na ocasião, reivindicamos também que importantes reservas de petróleo na camada do pré-sal não fossem entregue às multinacionais). Essa verba poderia ser destinada para as áreas sociais, inclusive a educação.
Esse assunto é de nosso total interesse, e foi isso que Obama veio fazer no Brasil: negociar nosso pré-sal.
Issso nós não aceitamos.
Nosso governo deveria se preocupar mais com as questões sociais do nosso país, tirar o veto aos 50% do fundo social do pré-sal para a educação (proposta já aprovada no senado e vetada no final do ano passado pelo Lula) e planejar a utilização de toda a riqueza do pré-sal em prol da população brasileira, e não negociar nossas reservas.
Nós, estudantes de uma Universidade Federal, temos que ter um olhar crítico sobre as posturas adotadas pelas pessoas que discutem e decidem assuntos de nosso interesse, fazendo jus à tradição do movimento estudantil combatente e ativo politicamente.
Essas posturas foram defendidas no ato "Obama Go Home" que aconteceu no dia 18/03 e no ato do dia 20/03 com a mesma mensagem que contou com a presença de cerca de 1000 pessoas. Tendo sido tirada de uma agenda construida pelos movimentos sociais, pelas entidades de esquerda, por entidades estudantis e demais interessados.
Nossa presença se tornou mais do que necessária a partir do momento em que 13 manifestantes, incluindo integrantes do DCE UFF, uma senhora que não estava participando da manifestação e um menor foram presos e enviados para o presídio em Bangu. Presos. Sem direito a fiança.
Veja o momento que tudo aconteceu:
Em plena praça da Cinelândia, que foi lembrada no discurso do presidente Obama, não podemos deixar que a repressão à liberdade de expressão continue impune.
Saiba mais sobre a experiência do jovem de 16 anos João Pedro Accioly Teixeira que foi preso nesta manifestação nesta reportagam da revista Megazine, jornal O Globo.